O sonho de um empreendedor!
Nascido do desejo do empresário Nevaldo Rocha de mostrar a cidade de Natal para todo o País, Midway Mall impressiona e encanta.
Na primeira metade da década passada, quando o varejo brasileiro iniciava sua Era de Ouro, o empresário Nevaldo Rocha, dono do Grupo Guararapes e uma pessoa com quem temos um relacionamento longo e muito produtivo, resolveu colocar em prática seu sonho de dar um presente à cidade de Natal, desenvolvendo um shopping center que mostrasse para todo o País a capacidade e a excelência da região.
Do sonho à prática, porém, o Midway Mall precisou ousar. A análise sociodemográfica, por exemplo, mostrava que a cidade não comportava, naquela época, um terceiro shopping center: com 800 mil habitantes e dois grandes centros de compra, ou o sr. Nevaldo esperava a cidade ganhar mais 200 mil pessoas, ou fazia um projeto fora do normal, que entrasse no mercado com muita força. A resposta, para um empreendedor que saiu do zero para construir uma das maiores redes de moda do País, foi óbvia.
Outra ousadia foi nos convidar para fazer parte desse projeto: até então, a KT Retailing não tinha especialização em shopping centers, mas a inteligência que agregamos a nossos projetos, por meio de uma abordagem de arquitetura de negócios, mostrou que poderíamos desenvolver o shopping. Em nossa abordagem de mercado, estudamos o consumidor e seu lifestyle, para a partir daí propor soluções, e no Midway Mall pudemos observar toda a jornada do consumidor em diversas categorias de produtos e serviços. Isso fez com que o empreendimento não fosse um espaço alugado para lojistas, e sim o melhor equipamento possível para que os lojistas ocupassem os 50 mil metros quadrados de Área Bruta Locável (ABL). A diferença parece ser sutil, mas faz toda a diferença.
A localização do shopping é um de seus grandes ativos: o terreno onde está localizado foi, há muito tempo, a fábrica da Riachuelo na cidade, e de certa forma Natal cresceu em torno desse espaço. Quando a fábrica deixou o lugar, ele já havia se tornado o centro nervoso da cidade, um ponto perfeito para um shopping center, uma vez que de qualquer lugar de Natal é possível chegar utilizando apenas um ônibus. Como o shopping fica em um ponto de passagem para o aeroporto, também atenderia ao público turista, e não somente à população local.
Ao mesmo tempo, o gigantismo do empreendimento trazia inúmeros desafios. Trata-se de um espaço de 250 mil metros quadrados de área construída, com 5 mil vagas de estacionamento e quase 400 metros de fachada, nas quatro faces do quarteirão que ocupa. O Midway Mall é tão grande que foi preciso desenvolver três foyers no mall, cada um deles com pé direito triplo. O cliente que chega a esses locais se depara com um pé direito de 18 metros, inundado pela abundante luz solar que penetra pelas claraboias. A luz zenital entra de forma controlada e o piso e as paredes em tons claros remetem às areias das praias da cidade, em um espetáculo para os sentidos. Ao mesmo tempo, o calor de Natal não se faz presente, devido ao sistema de turbinas de ar condicionado. A sensação de bem-estar e frescor é simplesmente indescritível. Quem sai do barulho e do calor da rua para entrar no foyer e se deparar com um ambiente fresco, pé direito tão alto, paredes e pisos alvos e a luz solar banhando o espaço é tomado por uma sensação de relaxamento e alegria. Férias imediatas.
O foyer também conta com escadas nas laterais, para acessar os níveis superiores, e oferece novas perspectivas do espaço a cada três metros de altura. A experiência é de uma revitalização contínua dos sentidos, convidando o cliente a permanecer um pouco mais e vivenciar o mall.
Um desafio que encontramos foi a dificuldade de fazer um shopping com corredores tão largos quanto o normal. Em vez dos 12 a 16 metros tradicionalmente encontrados nos malls, as limitações do terreno só nos permitiram 8 metros de largura, em um circuito que forma um quadrilátero em cada andar. Para compensar o corredor mais estreito, abrimos cúpulas no teto e a luminosidade que entra reflete no piso e nas paredes, tornando o espaço muito mais claro e, assim, aparentemente mais amplo. É uma jornada de compras à luz do dia que exigiu que os lojistas também fizessem a lição de casa: em um mall tão iluminado, facilmente as lojas pareceriam escuras. Assim, em vez dos 300 lux tradicionais, as lojas recebem 800 lux e todo o espaço se torna ainda mais atraente para os consumidores.
Sempre nos perguntam por que o Midway Mall foi na contramão no mercado de shoppings e não tem lojas de esquina com duas faces de vitrine. Afinal, essa é uma receita clássica do varejo: exibir mais produtos e aparecer com mais destaque contribui para o avanço das vendas. Aqui entra o pedido do empreendedor: o sr. Nevaldo Rocha não queria privilegiar ninguém e, por isso, mesmo nas esquinas apenas uma face das lojas tem vitrine. Para nós essa determinação trouxe um problema inesperado: o que fazer com a outra face? Essas áreas cegas ficam sem movimento e sem produtos. Tivemos que buscar um elemento icônico que trouxesse as pessoas para observar e não passasse a impressão de “área vazia”. Criamos então, ao longo do shopping, vários espaços para fotografia e apreciação do belo. Nesses tempos de Instagram e compartilhamento nas mídias sociais, nada mais natural. Há mais de dez anos, foi uma tremenda inspiração. As gigantografias de 8 metros de comprimento hoje são selfie places e, de forma muito interessante, turistas que veem suas cidades retratadas nesses pontos divulgam a imagem do Midway Mall em todo o mundo.
Outro ineditismo do shopping está em sua forma de manutenção. Pela primeira vez no Brasil, foram feitos dois grandes corredores no teto de cada andar para a construção de galerias técnicas, por onde toda a manutenção elétrica, hidráulica e de ar condicionado é realizada. Como cada andar tem pé direito de 6 metros, utilizamos 4,5 metros para as lojas e ainda ficamos com 1,5 metro para a estrutura de manutenção, que elimina a necessidade de atrapalhar o andamento das operações do shopping para a realização de consertos.
Uma vez que o shopping nasceu vertical, com todo o terreno já ocupado no térreo e no primeiro andar, o segundo andar já foi construído e ficou fechado à espera da maturação do empreendimento. Quatro anos depois do início das operações, a expansão passou a ser comercializada e foi rapidamente inaugurada, uma vez que demandou apenas o tempo necessário para que os lojistas se instalassem.
O mesmo aconteceu com o piso superior, que conta com uma imensa praça de alimentação, com capacidade para 3.500 pessoas. Para evitar a sensação de “refeitório”, o espaço foi dividido em módulos de 9m x 8m e criamos várias salas de estar, com sofás, vegetação e isolamento acústico, como se todo o espaço fosse um restaurante casual dining. Dessa forma, o espaço torna-se mais silencioso e o cliente se sente muito mais à vontade.
A cobertura do shopping oferece uma vista incrível da cidade e conta com os melhores restaurantes de Natal, pois se tornou um grande cartão postal. O piso gourmet está localizado ao lado do Teatro Riachuelo, uma casa de espetáculos incrível com 3 mil assentos e grande flexibilidade para diversas configurações de público. Assim, o local pode receber peças teatrais, shows de cavalos ou apresentações musicais, com muita agilidade na montagem do palco e da plateia. No mesmo andar encontra-se um complexo de cinema Cinemark com 27 metros de vão livre, o único no Brasil com essa configuração.
Com a maior central de termoacumulação do Nordeste, que gera gelo para alimentar o ar condicionado (e seria suficiente para abastecer uma cidade de 50 mil habitantes), o Midway Mall utiliza carrinhos elétricos para levar produtos das docas para o estoque. As 11 âncoras contam com elevadores para o subsolo e até 2000 metros quadrados de área de armazenamento, também algo único nos malls brasileiros. Por causa de sua infraestrutura e soluções de construção e design adotadas, o Midway Mall se tornou uma referência para todo o mercado nacional, com funcionalidades que aliam beleza e eficácia e colaboram para o sucesso de vendas dos lojistas.